quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Homengem sentida...
PENSAR ALTO
Sim
às marrabentas
às danças rituais
que nas madrugadas
criam o frenesi
quando os tambores e as flautas entram a fanfarrar
fanfarrando até o vermelho da madrugada fazer o solo sangrar
em contraste com o verdurar das canções dos pássaros
sobre o já verduzido manto das mangueiras
dos cajueiros prenhes
para em Dezembro seus rebentos
dançarem como mulheres sensualíssimas
em cada ramo do cajual da minha terra
mas, sim ao orgasmo
das mafurreiras
repletas de chiricos
das rolas ciosas pela simbiose que só a natureza sabe oferecer
mas sim
ao som estridente do kulunguana
das donzelas no zig-zague dos ritos
quando as gazelas tão belas
não suportam mais quarenta graus à sombra dos canhueiros em flor
enquanto as oleiras da aldeia, desta grande aldeia Moçambique
amassam o barro dos rios
para o pote feito ser o depositário
de todo o íntimo desse Povo que se não cala disputando
ecoosamente com os tambores do meu ontem antigo.
MALANGATANA NGWENYA VALENTE
(06.06.1936 - 05.01.2011)
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Notícia sobre o falecimento aqui
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarSolidária nesta homenagem.
ResponderEliminarJosé,
ResponderEliminarLamentavel e, triste a sua partida.
Mas a sua lembrança manter-se-á na lembrança de todos os que se lisonjeavam com as suas obras de arte.
Pessoalmente, admiro muito as suas pinturas.
Ana
Olá Joe, é uma grande perda para a cultura moçambicana e africana como um todo! Mas, sua expressiva obra nos servirá um pouco de alento! Abraços!
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