sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Lembrando uma poetisa amiga...




“Desenhando”

Quero escrever as tuas dores,
desenhar a tua solidão. 
Rabiscar tuas angústias, usar as tuas lágrimas 
e preencher o imenso vazio 
estampado nestas folhas frias. 


Quero abrir as letras fechadas, 
sufocadas em teu coração e ouvi-las calmamente. 
Quero vê-las feliz se aproximando, sorrindo, chorando... 


Quero vida nascendo nestas confusas formas, 
que ora leves, ora fortes pousam
 inconseqüentes num lugar qualquer. 


Quero as tuas dores, angústias, solidão, 
lágrimas transformadas num imenso desenho vivo 
com todos os vazios preenchidos 
e devolver-te o prazer de sorrir. 


E assim, vou desenhando, 
reinventado uma forma de me fazer feliz... 

(Maria Flor)

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Em alguma parte fui vida...

Em alguma vida fui ave

Guardo memória
de paisagens espraiadas
e de escarpas em vôo rasante.
E sinto em meus pés
o consolo de um pouso soberano
na mais alta copa da floresta.

Liga-me à terra
uma nuvem e seu desleixo de brancura.
Vivo a golpes
com coração de asa
e tombo como um relâmpago
faminto de terra.

Guardo a pluma
que resta dentro do peito
como um homem guarda o seu nome
no travesseiro do tempo.

Em alguma ave fui vida.


(Mia Couto)


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Por isso... há que reinventar!!!

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Leis da vida...




Essa lembrança que nos vem às vezes…
folha súbita
que tomba
abrindo na memória a flor silenciosa
de mil e uma pétalas concêntricas…
Essa lembrança…mas de onde? de quem?
Essa lembrança talvez nem seja nossa,
mas de alguém que, pensando em nós, só possa
mandar um eco do seu pensamento
nessa mensagem pelos céus perdida…
Ai! Tão perdida
que nem se possa saber mais de quem!


(Mário Quintana)

sábado, 18 de agosto de 2012

Ausência...


(Imagem aqui)

Apenas sonhando…

Às vezes, só o silêncio me basta.
E foi lá, em meio ao verde das montanhas,
numa longa e silenciosa caminhada,
ouvindo o canto dos pássaros,
que mergulhei e meditei …
Por fim, reencontrei meu eu interior.
Vagava meio trôpego,
perdido em constantes devaneios.
Nem ébrio nem sóbrio…
-apenas sonhando-

Sandra Lamego

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P.S. - Clique no nome da autora do poema para ver a origem do mesmo.