domingo, 29 de maio de 2011

Despedida?

Júlio Iglésias no Pavilhão Atlântico.
Quarenta anos de carreira. Tournée anual.
Com todo o cheiro de despedida.
Na verdade, a apresentação de ontem parecia mesmo isso.
Em boa verdade, acho que assim deveria ser.
Os anos passam para todos e o espetáculo de ontem 
demonstrou-o bem.
Já há uma certa falta de amplitude na voz, alguns floreados 
para corrigir, o não conseguir chegar a certos tons, o 
incentivar as pessoas a cantarem as melodias conhecidas, 
tudo num tom mais intimista, que o público colaborou e 
gostou, apesar de algumas vozes barulhentas, jocosas,
 a fazer interromper esse momento suave.
No fundo, o concerto foi bom. Quase todo numa língua 
diferente, num "portunhol-galaico-duriense", percorrendo 
as diversas épocas do cantor, sem o brilho e o aparato de 
antigamente, mas que anuncia a necessidade de que o 
cantor se retire da vida artística, enquanto ainda atua 
com uma certa dignidade, oferecendo um espetáculo 
razoável.
Um momento em que recordou Amália e Luciano Pavaroti 
para dar sequência a uma peça de grande valor e 
bem esforçada  e com uma forte ovação - "Caruso". 
Outro momento intimista foi a versão em português de 
"You're always in my mind", cantada em "sotto voce"
numa surdina bem sentida e igualmente cantada pelo público.
Pela primeira vez, os dois filhos mais velhos do atual 
casamento, vieram ao palco dizer um "gracias" ao público. 


Mas, no sentido de recordar a vida passada, deveria ter 
cantado a melodia que se segue, mas não o fez. 
Nem tudo foi bom mas, como sempre, encantou. 
Boa despedida Júlio. Até sempre!


sexta-feira, 27 de maio de 2011

Vivendo com ...



A recordação...

Adormecida, mas não morta. 

Nem esquecida...
Apenas em "cura de sono", à espera de ser desperta.
Passam-se os dias, os meses, os anos, de quando em 
quando recordando, sem pena nem piedade. 
Não faço caridadezinha comigo próprio. 
Apenas contraponto!
Uma oposição suave às reminiscências do passado 
(ou passados, porque e gente vive e revive muitas vezes).
Por vezes passo para o papel tudo aquilo que quero esquecer. 
Deito o papel na fornalha para virar cinza. 

Mas o fogo que o faz arder, é muito mais fogo em mim, 

eu dou por mim  com lembranças mais quentes, 

mais próximas, mais próprias, 

que não há nada que as faça apagar.

Viraram lava de vulcão à espera de sair 
pela primeira chaminé que encontrem, 
ardente, vaporosa, sulfurosa, cáustica e atormentadora.
E assim, causticadas e tormentosas, 
as minhas recordações 
ficam novamente à espera 

que o magma que existe em mim 
aqueça 

ao ponto de explosão, 
sem notícia prévia ou previsão.

Uma vez mais o "meu" Vesúvio irá engolir Pompeia.
Assim, sempre e mais, uma nova epopeia.



quinta-feira, 26 de maio de 2011

"Sonho de uma noite de verão"



Surpresa ou imprevisto!
Sequencialmente o despertar 
de sensações de dedos, 
sem medos,
caminheiros corporais, 
mapeando ilusões, 
as seduções e todo 
um caminho a percorrer, 
sempre a descer,  
até exauridamente chegar ao auge, 
do cruzamento da esperança, 
no anseio desejante, 
exultante, ofegante.
Mas ao mesmo tempo, reprimente,
como se o imprevisto fosse apenas 
a situação de ali estar.
No sítio errado, à hora errada.
Um crime libidinoso perfeito, 
sem culpa, nem mágoa, 
na calada da noite, ali na orla da àgua. 
...
Molhemo-nos então, 
resfriando e refreando 
sensaçoes e emoções.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Tentando conviver com a diferença...


Havia uma formiga...
Compartilhando comigo o isolamento
e comendo junto.
Estávamos iguais
com duas diferenças:
Não era interrogada
e por descuido podiam pisá-la.
Mas aos dois intencionalmente
podiam pôr-nos de rastos
mas não podiam ajoelhar-nos.

(JOSÉ CRAVEIRINHA)

****
Fazendo jus ao meu "apelido" e ao meu estilo "low profile"
eu serei "eternamente" a formiga.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Mulher...

 Deixa que os outros cantem o teu corpo 
- que eu canto o mais fundo do teu ser, 
ó minha amada, eu canto a própria África, 
que se fez carne e alma em ti, mulher!


(Geraldo Bessa Victor)



segunda-feira, 23 de maio de 2011

Às voltas com a "Natividade"...


Não está correto!
Hoje ando às voltas, aliás, com as diversas "natividades".
A principal - a minha. Difícil, complicada, mas ultrapassada.
Depois a de "Jesus Cristo" (a mais importante); a natividade 
das espécies e a "Criação" em si; as Natividades que amei e 
ainda aquelas que um dia possa a vir a amar; as natividades 
dos filhos e dos netos, dignas de serem pintadas como no 
quadro acima, em que cada uma me deu muita e mais 
alegria; a natividade não nascida; a natividade da 
descoberta e aquela encoberta.
Todas essas natividades despertam em mim vontades. 
Vontade de amar, de continuar a viver.
Enfim, renascer para a vida! 

domingo, 22 de maio de 2011

Biodiversidade....

Neste dia apraz-me perguntar:


"O que é a Biodiversidade?"


*****
Até eu já me sinto uma espécie em perigo "de extinção"

Treze (13) anos....

Fazem hoje treze (13) anos que abriu a EXPO98 em Lisboa.






















Pode-se dizer que foi um sucesso, apesar de alguns erros, 
que se pagaram caros nos últimos anos.


Depois da Feira, a zona foi muito bem urbanizada e 
aproveitada, com potencial no capítulo imobiliário e 
de escritórios. 
Virou zona cara!


Mas o que ficou resultante da Feira, especialmente o 
Oceanário e outras instalações, fazem-nos ter orgulho 
de sermos Portugueses.


Para mais informações, vidé aqui (Wikipédia).

sábado, 21 de maio de 2011

Tambores na noite...


Na noite, rufavam tambores que anunciavam a revolução que se aproximava...
E o "reino" tremeu...


Promessa...



Depois de analisar “à lupa” fotografias dos últimos anos, 
verifiquei que o tempo tem feito salientar algumas 
protuberâncias do tipo fisio-pneu-lógicas, sem lógica alguma, 
que tenho que ter em devida conta.
Neste dia contra a obesidade, eu reitero, a mãos-juntas, 
que no futuro vou fazer algo  para diminuir essas 
“gordurasinhas” a fim de prolongar, no tempo, a ida para 
o “sítio dos pés juntos”.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

"Chorai, chorai... poetas do meu país"



Lágrimas gastas, lágrimas ganhas.
Ganhamos lágrimas, para se ter tempo e espaço para as perder.
Estão guardadas, porque têm esperança de nunca serem usadas.
Mas, isso não é certo.
Há sempre aquele "cisco" da desculpa.
Aquele: "Veio-me poeira para os olhos".
Aquele: "Não sei porque estou assim hoje".
***
Para a vida e até para a morte, a gente arranja uma desculpa.
Choremos então, sem vergonha de chorar.
***
O saco lacrimal enche de novo! Não se aflijam.
***
Muitas (quantas!) lágrimas têm as crianças!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Pensamentos controversos...

“Mais vale fazer asneira mas avançarmos, 
  do que não fazermos nada”
*****



Por que os medos rondam tanto?
Temer o quê?

Medo de amar
Pois tem medo de sofrer
Medo de correr
Pois tem medo de tropeçar
Medo de cantar
Pois tem medo de desafinar
Medo de dançar
Pois tem medo de pisar
Medo de sorrir
Pois tem medo de chorar
Medo de beijar
Pois tem medo de morder
Medo de ir
Pois tem medo de não voltar
Medo de dormir
Pois tem medo de não acordar

Ou seria medo de viver?



*****
PS - Clique no título "Medos" para ver a origem do post.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Entre mágoas e incertezas...

Os meus olhos são?
Os meus olhos são uns olhos.
E é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.

Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.

Nas ruas ou nas estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandescente.

Inútil seguir vizinhos,
que ser depois ou ser antes.

Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos

D. Quixote vê gigantes.

Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.

(António Gedeãoin Poesias Completas)

terça-feira, 17 de maio de 2011

Afinal... ainda há muito para falar



Mais que não seja do tempo...

Há sempre muito  a dizer. 

Mais que não seja fale-se do tempo, como os britânicos.

Ou dos tempos todos.
Do tempo passado. Do tempo por vir, talvez sem porvir.
Dos tempos mortos e dos tempos sempre a correr.
Do tempo das flores e da "flor sem tempo".
Do tempo intemporal e do tempo extemporâneo.
Do tempo para lá da Serra de Sintra, ou do tempo para lá do Tejo.
Dos tempos que se corria sem ligar ao tempo.
Das ocasiões no tempo e do tempo sem ocasião.
Da fascinação do tempo e do tempo da desilusão.
Do tempo que se esvai, mas que nunca mais passa.
Dos tempos modernos em contraste com os passados.
Do tempo em que já não teremos muito tempo, 
ou já não teremos mais tempo.
Do tempo que é preciso para aprender a aproveitar o tempo.
...
Enfim, vou deixar que o tempo seja seu fiel conselheiro.
Não os empato mais tempo.
Pelo menos, por hoje.
Amanhã é outro tempo.
Vamos lá ver o que esse tempo nos traz.

...
No mínimo, muita felicidade.

Não quero morrer...

Com o "Grito" entalado na garganta:





"ESPALHEMOS O GRITO"

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Insónia...



"Na minha insônia
os olhos até que se fecham,
o problema é o coração,
é ele que não dorme."

(Sergio Vaz)
*****
No parapeito da insónia



Debruço-me no parapeito da insónia e deixo que o olhar se derrame sobre os meus medos. Trago-os guardados cá dentro do peito, numa gaveta de fundo falso que fecho à chave com os gestos incendiados de mil revoltas... É uma luta desigual, esta que travo com o coração. Ele ganha sempre, abre sem pejo as portas da memória e espalha-me pela pele o arrepio... Faz-me sorrir, o doido do coração, pega-me pela mão e leva-me por caminhos de água e de sol... Troça de mim, que eu bem o ouço, e solta os medos em mim que voam às cegas, algures pelos corredores do meu sangue... Ri-se de mim, o meu coração... Ri-se da memória da carne... e da insónia povoada de medos fugidios.






PS: Clique em "No parapeito da insónia" para ver a origem do post.

domingo, 15 de maio de 2011

Compensações...


Entre a vida que vivo e...
a que deveria viver..
*****

"Se houver Amor em sua vida,
isso pode compensar muitas coisas
que lhe fazem falta.
Caso contrário, não importa o quanto tiver,
nunca será o suficiente!"

 (Nietzsche)

sábado, 14 de maio de 2011

Comparativamente...



“A noz”


Tarde outonal, nogueira frondosa carregadinha de frutos. 
Uma tentação.
Uma noz, a maior e mais bonita, que já se encontrava
madura e solta da casca mole pristilar, foi apanhada,
limpa e bem guardada.
Chegada a casa foi colocada numa prateleira da sala,
ficando ali como “fruto da tentação”, à mercê de quem
a pegasse, partisse e comesse, qual propaganda do
“último mon chéri”.
Para afastar a tentação, foi-lhe dada uma camada de
verniz e colada numa pequena base.
Eis que foi transformada num “bibelot”.
...
Assim, nunca niguém chegou a conhecer o sabor e a
essência do miolo daquela noz.
Ninguém a comeu, nem foi deixado que outrem a comesse.
...
Hoje, aquela noz, ou medrou, ou mofou, ou rançou.
Continuou ali, eternamente um bibelot.
...
Até que, de todo o modo, do objeto decorativo se fartasse e, 
sem pudor,  para o lixo o deitasse. 

sexta-feira, 13 de maio de 2011

"Amélias"... na vida de um homem


AMÉLIA V... e chega...


quinta-feira, 12 de maio de 2011

quarta-feira, 11 de maio de 2011

terça-feira, 10 de maio de 2011

segunda-feira, 9 de maio de 2011

domingo, 8 de maio de 2011

Sonho inquietante...



“Os tentilhões”

Tarde de primavera, quente, adiantada.
Um sesta bem dormida na varanda, frente ao pomar.
Uma invasão de tentilhões, cantando, chilreando,
perturbando o meu sono, vandalizando a minha fruta,
cerejas, ginjas e nêsperas. 
Lauto banquete estava fazendo a passarada.
Eu gritei, tentando afastar o bando: Porquê eu? 
Porquê só no meu pomar?
O  tentilhão mais chilreador, qual “tentilhão-palrador”,
virou-se para mim com voz de gente e me disse:
- Porque aqui tem a fruta melhor. Mas... para nos perceberes
terás que encontrar alguém que nos conheça bio e fisologicamente bem.
Alguém com poder de análise, que nos conheça por dentro e por fora.
Procura, busca, explora. 
Encontra, chega à fala, explica, acha a razão.
Pede, implora.
Ela te dirá coisas lindas do passado e do presente. 
Ela é bela.
Ela não mente. 
Desinquieta-te, que nós vamos embora, 
quando com esse alguém te acertares e nos passares a entender. 
Não esqueças que, como tu, somos aves de arribação.
Mas...
- Oh não, não, não! É escusado, nunca te direi onde ela mora!