sexta-feira, 29 de julho de 2011

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Vou de férias...

Para o Algarve, mais propriamente para a Praia da Rocha


Mas, era para aqui que eu queria ir...


quarta-feira, 27 de julho de 2011

Hoje eu tenho falta... de "palavras"



De palavras
de lembrança,
dos tormentos
do esquecimento,
de versos 
em adverso, 
de prosas 
lamentosas, 
nestas andanças
sem esperança.


*****
Bastam-me apenas...


"As Palavras"


São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

(Eugénio de Andrade)

terça-feira, 26 de julho de 2011

Hojé é "Dia dos Avós"

Mas, para ser esse dia, 
é preciso que hajam "Netos"
- Nisso... eu fui abençoado !!!


segunda-feira, 25 de julho de 2011

Caminhos escolhidos ao acaso...


(Vladimir Kush)


Outrora eram lisos os atalhos 


Outrora eram lisos os atalhos
E macias as cumplicidades.
As minhas palavras sabiam de cor
O caminho para o teu coração.

Mas isso era quando eu tinha

Sempre o que te dizer.
Quando as nuvens brancas
Tocadas pelo vento
Eram flores ou búzios
Pássaros ou peixes.
Era quando nas minhas veias
Corria a luz de um sol
Sempre aceso.


Era no tempo em que as palavras
Tinham o sopro dos deuses
Que só sabem coisas
Edificadas sobre a poesia e o amor.
Era no tempo em que à entrada
Da noite, na minha rua,
Não havia versos sem-abrigo
Encostados a portas solidamente
fechadas.

(Lídia Borges)


*****
PS: "Caminhos escolhidos ao acaso..." dentro dos blogues de
        amizades. Clique no nome do poema "Outrora eram lisos os atalhos"
           para ver a origem do mesmo.

domingo, 24 de julho de 2011

Quando um beijo se torna lenda...



"A vida fica muito mais fácil 
se a gente sabe onde estão
os beijos de que precisamos."
(Mário Quintana)


sábado, 23 de julho de 2011

Apesar de tudo...

Descansa em Paz!


Uma poesia que talvez Amy Winehouse 
gostasse de ter cantado:


"Meu coração, pássaro do deserto,
revoa no céu dos teus olhos.
 
Teus olhos são o berço da manhã,
 
o reino das estrelas
e a profundeza onde as minhas canções se perdem.
Deixa que eu mergulhe neste céu imenso e solitário.
Deixa que eu penetre as tuas nuvens 
e abra minhas asas em teu sol."



( da POESIA MÍSTICA de RABINDRANATH TAGORE)


*****
 

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Rosas de qualquer jardim...


Elogio ao "Amor"


Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.
Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.

Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.

(Miguel Esteves Cardoso in Expresso - Janº/2011)

Hoje lembrei...

Aquilo que nunca consegui ser totalmente...


quinta-feira, 21 de julho de 2011

Filhos de África...



Navio negreiro
Que os homens da Côrte
Filhos de África
Escravizou
Acorrentados
Castigados
Pelas chibatadas do Sinhô
Gritos de tamanho horror
Ecoou
Lágrimas de sangue
Tingiram os mares
Por onde passou
Navios piratas
Que os reis brancos criou
Até que um dia
Com as graças de Nosso Senhor
Negro escravo 
Libertou-se
Negro valente
Negro guerreiro
De uma raça altaneira
Todas as nações escravocratas 
Têm uma dívida de honra
Pelas maldades que praticaram
Mãe África ainda chora
Pois até hoje
Parece que nada mudou






Vídeo da música de Toni Garrido, vocalista da banda "Cidade Negra". O vídeo retrata o sofrimento do povo africano.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Os segredos que evidenciam nossas vidas...



Hoje, eu sou mais "EU"...

“A Águia Pousou”


"Este é um pequeno passo para o homem, 
mas um enorme salto para a humanidade"

(Neil Armstrong)



*****
Conquista

Livre não sou, que nem a própria vida 
Mo consente. 
Mas a minha aguerrida 
Teimosia 
É quebrar dia a dia 
Um grilhão da corrente. 
Livre não sou, mas quero a liberdade. 
Trago-a dentro de mim como um destino. 
E vão lá desdizer o sonho do menino 
Que se afogou e flutua 
Entre nenúfares de serenidade 
Depois de ter a lua! 

(Miguel Torga, in 'Cântico do Homem')

terça-feira, 19 de julho de 2011

Os santos dos nossos passos...




Santo Amaro

Eis um santo que, sem eu dar conta e muita importância, 
me acompanhou em muitos “passos” da minha juventude.

Hoje, pela minha inquietude e pesquisas, o mesmo santo, 
voltou a aparecer na minha vida. 
Um santo que está modificando a minha espiritualidade, 
filosofia de vida, ideologia, ideais e me ajudando a 
interessar por outras matérias.

Um santo, que caminha sobre “as àguas turvas em que 
me debato”, pronto para estender a mão para o meu cabelo, 
me puxar para cima, para que não me afogue.
Um santo que me mostra caminhos, ideais e me aponta 
os passos para encontrar "chão firme" que eu deveria 
agora voltar a pisar.

Um santo ao qual eu passarei a devotar um pouco mais 
da minha fé.
Um santo que, apesar de sempre presente na minha vida, 
me faz agora conhecer-me a mim próprio e a dar valor 
ao meu passado, acreditar no presente e a pensar 
melhor no futuro.

O seu dia no calendário religioso é 15 de Janeiro.
Uma data que quero memorizar.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Erros nossos, boa fortuna e ainda amor ardente...


Não quero um amor que arda sem se ver
Em mim há uma floresta que conservo,
Uma árvore, uma flor em cada nervo.
Recuso que esse amor me faça arder,

Pois sinto loucas ânsias de crescer
Se é fogo, então que o amor me seja água,
Para que torne extinta ardente mágoa,
Que por dentro me destrói e faz sofrer.

Se amor for confundido com loucura,
Trazendo o fogo que arde cego e louco
Então quero que inventem outro amor,

Pois que não quero mais que essa ternura
Viver dias que sabem sempre a pouco,
Que me dão gozo e nunca me dão dor.

( António Codeço )
PS: Clique no título "Desculpa, Camões" para ver a origem do soneto.


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domingo, 17 de julho de 2011

Uma janela sobre o mundo...



HÚMUS DE AMANHÃ

Não quero que vejas
nem sintas
a dor que me amargura;
 

Não quero que vejas
nem vertas
as lágrimas do meu pranto.
Deixa que eu chore
as mágoas e as desilusões;
deixa que eu deambule;
deixa que eu pise
a calidez do chão desta terra
e o regue até com o meu suor;
deixa que me toste
sob este sol inóspito
que me dardeja o lombo sempre arqueado…
Este penar
é o resgate da esperança
que em ti alço!
Este penar
é a certeza do amanhã que vislumbro
na tua ainda incipiente idade!
Não quero que vejas
nem sintas
meu tormento
ele é o húmus do Homem Novo.

JUVENAL BUCUANE
(Moçambique)

sábado, 16 de julho de 2011

Gozem as festas de verão...

Paradoxo:
Porquê descascar, se só o como descascado?
Porquê descascar, se há outras coisas para serem devidamente descascadas?
Porquê descascar, se o desejo é mais forte?
Não poderia já vir descascadinho e temperadinho?
O tempo que perdemos a descascar, aquece a cerveja!

Inaugura hoje...



Link:  Fundação Bienal de Cerveira

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Uma prenda para o "fim de semana"...

Sedução pelo abismo...



Viver no limite
Viver no limite é atraente. Passar pelos dias com o corpo e não com a cabeça. Evitar a vertigem do tempo com experiência atrás de experiência. Não conhecer mais de nós próprios do que a breve consciência de um estado de espírito. Ir atrás do sonho onde todos o procuram., porque se todos o procuram numa sucessão de aqui e agoras levemente alucinados, então é porque ele está inequivocamente lá. Impossível uma geração inteira estar enganada. O importante é seguir sempre em frente, cruzar o mundo sem destoar, levar a vida que é suposto se levar. No limite.

De tão atraente que o limite é, difícil dizer que nunca me seduziu. Às vezes soube-me bem abandonar-me ao vento, ao tempo, ao acaso. Mergulhar no limite sabe a liberdade, quando não sabe a fracasso. Num dia, numa noite, numa hora, num lugar, já senti o “tanto faz”, o “não tenho nada a perder”, o “vamos mas é curtir”. Por vezes desejo-o intensamente. Manter expectativas dá um enorme trabalho. Tenho os meus achaques de preguiça. No limite, é tudo mais fácil. Além de que o sonho parece estar sempre no limite.

Inegável que o corpo não aguenta muitos limites. Daí que o limite tenha de ser intervalado com a inércia. Uma certa indiferença, que não deseja nada, um amarfanhar do sonho até à inconsciência, até à sua substituição por uma sucessão de nadas, pequenas expectativas para a manutenção diária da motivação. Depois, novamente o enfoque no desconhecido, esbraceja-se por ele porque traz alívio ao enfado. Rir, chorar, e acumular pessoas no dia a dia, numa sinfonia onde não há lugar para o silêncio, para os momentos sóbrios do eu mais eu. Preencher tudo com a vida física, terrena, a vida que é palpável, que pode ser fotografada, arquivada, catalogada, contada, acumulada. Ser jovem como eu significa cada vez mais escolher viver a vida assim, a correr.

Viver no limite é atraente. Porque viver no limite é expulsar a morte da vida. Mas pergunto-me se será este o caminho da felicidade.

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PS - Não sei ultrapassou "os limites" a jovem que o escreveu. Mas sei que parou de postar no seu blogue.
        Clique no nome do post - "Viver no limite" para ver a origem do mesmo.
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quinta-feira, 14 de julho de 2011

Depois de tomada a Bastilha, para o que estamos reservados?



As Liberdades Essenciais 


As liberdades essenciais são três: liberdade de cultura, liberdade de organização social, liberdade económica. Pela liberdade de cultura, o homem poderá desenvolver ao máximo o seu espírito crítico e criador; ninguém lhe fechará nenhum domínio, ninguém impedirá que transmita aos outros o que tiver aprendido ou pensado. Pela liberdade de organização social, o homem intervém no arranjo da sua vida em sociedade, administrando e guiando, em sistemas cada vez mais perfeitos à medida que a sua cultura se for alargando; para o bom governante, cada cidadão não é uma cabeça de rebanho; é como que o aluno de uma escola de humanidade: tem de se educar para o melhor dos regimes, através dos regimes possíveis. Pela liberdade económica, o homem assegura o necessário para que o seu espírito se liberte de preocupações materiais e possa dedicar-se ao que existe de mais belo e de mais amplo; nenhum homem deve ser explorado por outro homem; ninguém deve, pela posse dos meios de produção e de transporte, que permitem explorar, pôr em perigo a sua liberdade de Espírito ou a liberdade de Espírito dos outros. No Reino Divino, na organização humana mais perfeita, não haverá nenhuma restrição de cultura, nenhuma coacção de governo, nenhuma propriedade. A tudo isto se poderá chegar gradualmente e pelo esforço fraterno de todos.

(Agostinho da Silva, in 'Textos e Ensaios Filosóficos')




quarta-feira, 13 de julho de 2011

"Quem canta, seus males espanta!"

Neste dia do "Cantor!"...
No mesmo dia em que "A Voz" 
gravou o primeiro disco (1939)...
Só posso fazer como os demais...
Eu...
Cantarei...  (talvez, até que voz me doa!)


terça-feira, 12 de julho de 2011

Inspirando-me...

(Foto: Fernando Ribeiro)
Matutando

E eu aqui calentando,

matutando,
quão fria eu gostaria
a noite,
em que me afoite,
para adentrar
com pinga e fel,
a solidão, o açoite,
que em mim rebate,
num remate de frieza,
da gelidez de tanta noite,
que se prolonga no tempo.

sábado, 9 de julho de 2011

Vinicius de Moraes - No dia da "saudade"



Porque...


Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você
.
(Vinícius de Moraes)