quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Nossas raias fronteiriças...

Depois de inserir o post sobre "Ciganas", lembrei-me de um post 
inserido no blogue de uma amiga (a MAI), que me deixou encantado 
naquele tempo, pelo grande significado que tem para mim, asssim 
como o que tem a música "A cigana e o pastor".
Abaixo transcrevo integralmente o que a Mai escreveu:


*****
Periféricos na andaluzia

.

Impulsos oníricos a lhe perturbar e os feixes de luz que saiam dos olhos encandeavam os seus. Não era humano aquilo, mas como suava aquela cristã! Mouros. Ou seriam lobos da andaluzia? Noturnos assaltos que de tão surreal confundiam os sentidos. Mordiscava de medo os lábios, mas aquela invasão mourisca, era tudo de bom. E entregue se perdia. Restava inerte de tanto querer e nem queria acordar ou gritar por socorro. Corria nas ruas da Andaluzia e aquilo era tudo um sonho mas haviam lobos e os mouros a invadir a janela. Selvagens aromas lembrando Servilha. E tudo servia e suava, mas não havera de correr naquela noite. E tudo estava tão bom que fingia dormir com um olho aberto mas queria bem mais. Ao longe os sons da percussão encobriam seus uis. Granada. Guitarra flamenca e as platinelas arábicas davam o toque andaluz. Breu. Tudo ali era tatil e os cheiros da noite aguçavam os sentidos. Cravo, canela, baunilha, ou seria Channel? Intuição. Aquilo tudo era a pele e a seda da flor. E na fruição de quereres, seus uis reforçavam aquela selvageria mourisca. Arisca era aquela mulher que da periferia se arriscava a colear sob os lençóis. Silêncio por fim e enfim, uma estranha mutação. E a devota cristã restou-se pagã e feroz, correndo com os lobos na periferia.

1 comentário:

  1. Aqui consegui ler melhor do que na altura no blogue da autora.

    E tudo bem dito...com bjs para Mai e Joe...que considero meus anjos da guarda.

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