terça-feira, 19 de outubro de 2010

Outras praias... outras estrelas... outros mares...




Acordas de um sonho mal dormido
como quem regressa enfermo
de uma viagem de mil anos

Conheces agora todas as cidades
todos os abismos e desertos
na arquitectura do teu desconcerto

Voltas sem nada
e do que deixaste
já nada te pertence
Nenhum espelho reconhece
o outro de ti
na indefinição de um rosto
onde a luz esmorece
como estrela que se apaga
caída na areia junto do mar

Refazes ainda
o desenho dos passos
nas marcas do desalento
porque o teu coração
de pés feridos e descalços
não pára de caminhar

(Lídia Borges)


*****
PS: Clique no título do poema "Regresso" para ver a origem deste post,

2 comentários:

  1. Gostei muito de conhecer este espaço. Considero um privilégio ter aqui as minhas simples palavrinhas, representadas.


    Obrigada!

    PS: não é importante ser formiga, sempre. Ser cigarra, quando já se merece, é bom!

    L.B.

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  2. Mas eu queria uma estrela do mar!!!

    A quem posso roubar?

    Gostava de ter em casa...Desejoas.

    Bjs a Lidia e Joe

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