quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Transparência de alma...

Por que queres tu auditar-me a alma
se em cada espelho dos instantes ela te revela e reproduz?
Não sabes que por isso as contas são-lhe sempre transparentes?

Para dizer devagar
"Pelo menos que ao fim teus sacramentos cubram de coragem
igual à de evitar-te, ao ver-se então de pé na tua frente,
aquele que nem sempre soube ser bastante transparente
para dele imprimir nos dias nada mais que a tua imagem"

(Ruy Belo, Todos os Poemas, Lx, Assírio & Alvim)


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