sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Deambulando por aí...



Nas encruzilhadas da vida

a voz da eternidade fica mais perceptível.

Entretanto, não fica mais clara,

nem menos ambígua.

Mas fala através de todas as bocas,

de todas as coisas,

mesmo as mais quietas e discretas.

Às vezes parece caçoar da nossa angústia, quando,

em meio à agitação de uma novidade encantadora,

mostra tudo o que é possível,

sem, porém, ao menos dar pistas

do que é mais certo, do que gera menos dor.

A vertigem da eternidade

apresenta uma possibilidade descoberta

como uma fruta madura,

que chega na hora de uma fome de vida.

Mas provavelmente essa voz é apenas um eco

de um grito animal cheio de medo e desejo,

cheio do que pode e quer, mas tem medo de ser.

1 comentário: