sexta-feira, 6 de maio de 2011

Ontem esqueci....



Que Mário Quintana fazia anos que faleceu...


Que merece ser lembrado...
Que há muitos "se's" para o recordarmos...
Que há muita poesia para além da vida... e da morte!


Se o poeta falar num gato

Se o poeta falar num gato, numa flor,
num vento que anda por descampados e desvios
e nunca chegou à cidade...
se falar numa esquina mal e mal iluminada...
numa antiga sacada... num jogo de dominó...
se falar naqueles obedientes soldadinhos de chumbo que
                                                    morriam de verdade...
se falar na mão decepada no meio de uma escada
de caracol...
Se não falar em nada
E disser simplesmente tralalá... Que importa?
Todos os poemas são de amor!

1 comentário:

  1. Gosto deveras deste poema de Mario Quintana.

    SEISCENTOS E SESSENTA E SEIS

    A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
    Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
    Quando se vê, já é 6ªfeira...
    Quando se vê, passaram 60 anos...
    Agora, é tarde demais para ser reprovado...
    E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade,
    eu nem olhava o relógio.
    seguia sempre, sempre em frente ...

    E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.

    Mario Quintana ( In: Esconderijo do tempo)

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