Tarde outonal, nogueira frondosa carregadinha de frutos.
Uma tentação.
Uma noz, a maior e mais bonita, que já se encontrava
madura e solta da casca mole pristilar, foi apanhada,
limpa e bem guardada.
Chegada a casa foi colocada numa prateleira da sala,
ficando ali como “fruto da tentação”, à mercê de quem
a pegasse, partisse e comesse, qual propaganda do
“último mon chéri”.
Para afastar a tentação, foi-lhe dada uma camada de
verniz e colada numa pequena base.
Eis que foi transformada num “bibelot”.
...
Assim, nunca niguém chegou a conhecer o sabor e a
essência do miolo daquela noz.
Ninguém a comeu, nem foi deixado que outrem a comesse.
...
Hoje, aquela noz, ou medrou, ou mofou, ou rançou.
Continuou ali, eternamente um bibelot.
...
Até que, de todo o modo, do objeto decorativo se fartasse e,
sem pudor, para o lixo o deitasse.
Comparei com a historia de Adão e Eva, só que o fruto do desejo,a noz, nunca foi provado.
ResponderEliminarBelo poema.
Joe Ant.
Bom fim de semana.