quarta-feira, 29 de junho de 2011

Amores clandestinos...


Há medida que o amor passeava nas tuas mãos pelo meu corpo, os pedaços daquela casa iam caindo a pouco e pouco no chão. Fazendo pequenos ruídos, nós não ouvíamos, estávamos demasiado compenetrados em nós para ouvi-lo.
Trecho do conto "A Casa em ruínas" - Autor Fleur )

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CLANDESTINO

Na penumbra da tarde,
o mundo morto,
a meu passo, despertava.


Não era o amor
que eu procurava.
Buscava o amar.


Na casa em ruínas,
te despias
para que me deixasse cegar.


Voz transpirada,
suplicavas que te chamasse no escuro.


Em ti, porém,
eu amava
quem não tem nome.


Na casa arruinada
te amei e te perdi
como a ave que voa
apenas para voltar a ter corpo.


Na penumbra da tarde,
tu me ensinaste a nascer.


Na nocturna claridade
me esqueci
que nunca havias nascido.

(COUTO, Mia in Tradutor de Chuvas)

1 comentário:

  1. Joe Ant!
    Não existe amor clandestino.
    Existem sim, ilusões, paixões, sonhos. Mas amor...você conhece no dia a dia, no trabalho, na convivência, nas palavras. Amor é amplo, irrestrito e geral, para uns. E muito pessoal, para outros.
    Um grande abraço amigo.

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