segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Hoje é...

DIA NACIONAL DA LÍNGUA GESTUAL PORTUGUESA
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             As mãos

Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.

(Manuel Alegre)


8 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Belo poema, amigo.
    E para dar continuidade nesse tema, vou publicar aqui:
    O MONÓLOGO DAS MÃOS.
    Peço-lhe desculpas pelo tamnaho, mas é belíssimo também e vale a pena ser lido.

    MONÓLOGO DAS MÃOS
    Autor: Ghiaroni
    (imortalizado por Procópio Ferreira- teatrólogo brasileiro).

    Para que servem as mãos? As mãos servem para pedir, prometer, chamar, conceder, ameaçar, suplicar, exigir, acariciar, recusar, interrogar, admirar, confessar, calcular, comandar, injuriar, incitar, teimar, encorajar, acusar, condenar, absolver, perdoar, desprezar, desafiar, aplaudir, reger, benzer, humilhar, reconciliar, exaltar, construir, trabalhar, escrever......

    As mãos de Maria Antonieta, ao receber o beijo de Mirabeau,
    salvou o trono da França e apagou a auréola do famoso revolucionário;
    Múcio Cévola queimou a mão que, por engano não matou Porcena;
    foi com as mãos que Jesus amparou Madalena;
    com as mãos David agitou a funda que matou Golias;
    as mãos dos Césares romanos decidia a sorte dos gladiadores vencidos na arena;
    Pilatos lavou as mãos para limpar a consciência;
    os anti-semitas marcavam a porta dos judeus com as mãos vermelhas como signo de morte!
    Foi com as mãos que Judas pos ao pescoço o laço que os outros Judas não encontram.
    A mão serve para o herói empunhar a espada e o carrasco, a corda;
    o operário construir e o burguês destruir;
    o bom amparar e o justo punir;
    o amante acariciar e o ladrão roubar;
    o honesto trabalhar e o viciado jogar.
    Com as mãos atira-se um beijo ou uma pedra, uma flor ou uma granada, uma esmola ou uma bomba!
    Com as mãos o agricultor semeia e o anarquista incendeia!
    As mãos fazem os salva-vidas e os canhões;
    os remédios e os venenos;
    os bálsamos e os instrumentos de tortura, a arma que fere e o bisturi que salva.
    Com as mãos tapamos os olhos para não ver, e com elas protegemos a vista para ver melhor.
    Os olhos dos cegos são as mãos. As mãos na agulheta do submarino levam o homem para o fundo como os peixes;
    no volante da aeronave atiram-nos para as alturas como os pássaros.
    O autor do «Homo Rebus» lembra que a mão foi o primeiro prato para o alimento e o primeiro copo para a bebida;
    a primeira almofada para repousar a cabeça, a primeira arma e a primeira linguagem.
    Esfregando dois ramos, conseguiram-se as chamas.
    A mão aberta,acariciando, mostra a bondade;
    fechada e levantada mostra a força e o poder;
    empunha a espada a pena e a cruz! Modela os mármores e os bronzes;
    da cor às telas e concretiza os sonhos do pensamento e da fantasia nas formas eternas da beleza.
    Humilde e poderosa no trabalho, cria a riqueza;
    doce e piedosa nos afetos medica as chagas, conforta os aflitos e protege os fracos.
    O aperto de duas mãos pode ser a mais sincera confissão de amor, o melhor pacto de amizade ou um juramento de felicidade.
    O noivo para casar-se pede a mão de sua amada;
    Jesus abençoava com as mãos;
    as mães protegem os filhos cobrindo-lhes com as mãos as cabeças inocentes.
    Nas despedidas, a gente parte, mas a mão fica, ainda por muito tempo agitando o lenço no ar.
    Com as mãos limpamos as nossas lágrimas e as lágrimas alheias.
    E nos dois extremos da vida, quando abrimos os olhos para o mundo e quando os fechamos para sempre ainda as mãos prevalecem.
    Quando nascemos, para nos levar a carícia do primeiro beijo, são as mãos maternas que nos seguram o corpo pequenino.
    E no fim da vida, quando os olhos fecham e o coração pára, o corpo gela e os sentidos desaparecem, são as mãos, ainda brancas de cera que continuam na morte as funções da vida.
    _____
    Um belíssimo dia.
    (Aqui no Brasil, hoje, é o Dia da Proclamação da República).

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  3. Um bom Feriado para todos vós!!!
    ....
    Gostei imenso do texto.
    Bem haja.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Olá Joe Ant!
    Aqui no Brasil a Língua das mãos é conhecida como Língua Brasileira de Sinais, hoje, reconhecida também pela legislação brasileira como a Língua materna dos surdos.
    Aqui, não comemoramos o dia da Língua, mas o Dia dos Surdos
    (26/09).

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  6. Cris,
    Já me tinha apercebido disso.
    E também já tinha anotado o dia que indica para, no próximo ano, me lembrar de vocês e de todos os que trabalham com essa "deficiência"
    ...
    A propósito, também tenho uma Bia cá em casa, mas é uma gatina!

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  7. Gostei de ver desta forma Joe...não conhecia via gestual.

    Abraço.

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  8. Não viu este filme?

    Se ainda encontrar aconselhava a ver.

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