Rio de Janeiro revitaliza calçada portuguesa
14/11/10 10:20
O Rio de Janeiro está a importar conhecimento de Portugal para resolver um problema antigo na cidade: a má conservação das calçadas de pedra portuguesa.
O desafio é revitalizar uma profissão que está quase extinta, a de calceteiro. Os calceteiros são responsáveis pela arte de recuperar e fixar as pedras portuguesas nos passeios públicos.Neste mês de Novembro, cinco mestres portugueses de Lisboa estiveram no Rio de Janeiro para formar uma turma de 20 calceteiros que irão replicar o conhecimento para outros que se querem formar na profissão.
«Podemos dizer que as calçadas portuguesas são um pedacinho de Portugal espalhado pelo mundo», afirmou o fiscal de obras da Câmara de Lisboa, Fernando Fernandes, o responsável que coordena os quatro mestres portugueses que vieram ajudar na formação dos calceteiros brasileiros.
«Essa profissão no fundo é uma arte, a arte de trabalhar a pedra. De facto, é uma profissão que corre o risco de extinção, não só cá no Brasil como em Portugal. É uma arte muito dura pela posição do trabalho e o partir a pedra é um trabalho duro também. Hoje em dia infelizmente não é muito bem remunerado», ressaltou Fernandes.
Segundo o secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos da cidade do Rio de Janeiro, Carlos Roberto Osório, a cidade do Rio é «uma grande cidade portuguesa na América do Sul».
Porém, «ao longo dos anos, o Rio de Janeiro foi perdendo a arte de assentamento das pedras portuguesas», destaca Osório.
«Existe uma especialidade, uma técnica que precisa ser recuperada. E o nosso projecto é que nós possamos formar uma nova geração».
Entre as principais vantagens deste tipo de piso, acrescenta Osório, está a facilidade de absorção de água de infiltração, principalmente numa cidade tropical com fortes volumes de chuva, além de não acumular calor pois o calcário de cor branca reflete.
O carioca Gedião Azevedo, de 47 anos, fez parte da primeira turma de calceteiros na década de 90 e hoje está a reciclar o conhecimento. Apesar de não ter nascido português, a sua paixão é pela pedra portuguesa, garante.
«Os meus colegas estão super animados. Em relação ao trabalho, o mestre português mesmo falou que evoluímos muito», revelou.
«A paixão da minha vida é a pedra portuguesa, não nasci português, mas sou apaixonado pela pedra portuguesa», destaca.
O Rio de Janeiro possui 1,218 milhão de metros quadrados de calçada em pedras portuguesas.
Muitas áreas do Rio são classificadas, como o desenho em curvas do calçadão de Copacabana, criação do paisagista e arquiteto Burle Max, inspirada na obra histórica da Praça do Rossio, em Lisboa, que usa o padrão Mar Largo.
Sol/Lusa
Oi Joe, além recuperar uma profissão quase extinta o Rio tende a ficar cada vez mais bonito e para isso os patrícios lusitanos estão dando aquela mãozinha! Portugal nunca quiz sair do Brasil mesmo! rs,rs,rs... Bjs!!!
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