sábado, 28 de novembro de 2009

Rosa (que) pena...


Rosa,

É pena,

Que não sejas

Apenas rosa.

...

Na mão uma rosa segurei,

Embevecido a admirava,

Descuidado uma pétala arranquei

E mais uma, e mais outra,

Num frémito

Uma eterna ladaínha entoava

“Mal-me-quer, bem me quer”

Como antes fazia com a Dália,

Que muitas mais pétalas tinha,

Quanto mais a desfolhava,

Muito mais gozo me dava.

...

“Rosa bem-me-quer,

 Rosa mal-me-quer”

Pétala a pétala retirava,

Até que à última cheguei

E um “não-me-quer” arranquei.

...

Olhei de forma “angélica”

Pois um fruto ali surgiu,

Depois de pétalas despido,

Um ovário ínfero,

Brilhante, arrendondado,

Antes de corola vestido,

Lindo, aflorado.

...

No meio de lucubrações,

Onde tudo é irrisível,

Pensei com os meus botões:

“Será esta coroa comestível?”

.....

Calma, rapaz...

Bate a bola... de fininho,

Deixa-te de baboseira,

Trata o “fruto” com carinho,

Isso não é brincadeira,

Coloca-o com geitinho,

No guarda-jóias de prata,

Na mesa de cabeceira,

Que a coroa fica grata.
(José Antunes)

3 comentários:

  1. Se a De que coroa coroa for boa, quem sabe. Não é!
    Mas que de coroa estamos falando mesmo, hahahahahahaha?
    Abraço sólidos amigo.

    Ps.Ah, quanto ao contoque você comentou, foi um "delírio".

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