Este inferno de amar
Este inferno de amar - como eu amo!
Quem mo pôs aqui n'alma... quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida - e que a vida destrói -
Como é que se veio a atear,
Quando - ai quando se há-de ela apagar?
Eu não sei, não me lembra: o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez... - foi um sonho -
Em que paz tão serena a dormi!
Oh! que doce era aquele sonhar...
Quem me veio, ai de mim! despertar?
Eu passei... dava o Sol tanta luz
E os meus olhos, que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? eu que fiz? - Não o sei;
Mas nessa hora a viver comecei..
[ Almeida Garrett, Folhas caídas ]
Já muito tempo que não lia poemas de Garret...boa escolha mas dia mais emotivo para mim deixou meu peito apertadinho.
ResponderEliminarBjs e continuação de Outono sereno... se bem que cinzetão...nem apareceu para já o Verão de S. Martinho
mas logo à noite, coma castanhas e beba jeropiga ou vinho.
Um abraço.
*cinzentão
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