Sou as palavras e os segredos que guardei
e um estrito reservar-me nunca soube porquê
se tão completo me entrego as vezes que me entreguei.
Sou a lembrança que se vai diluindo
em olhos que julguei perenes e consanguíneos.
Sou canções poemas e tantas malbaratadas luas.
E a música e os livros e a varanda que um arquitecto desenhou
sem saber que era p'ra mim. E que perdi.
Sou o teu sono, minha gata, redondo ainda
e já inclinado ao fim. Sou árvores, o rio que amei,
as giestas, uma pouca de terra que o vento dispersa.
Soledade Santos
Alguém do Zé Ninguém?
ResponderEliminarTomara que esse "Alguém" fosse meu.
ResponderEliminarNão é que eu não pudesse ou não soubesse fazer, mas assim foi mais prático. A Soledade Santos já me tem autorizado a copiar certas coisas lindas que ela escreve.
um Zé Ninguiém com alma de poeta e sensibilidade de artista.
ResponderEliminarUm ramo de Margaridas para si.