terça-feira, 4 de setembro de 2012

Colhido noutro Jardim... Chez George Sand



Embrulhado de vida...

Só elas, navegantes de infinitos, tinham o poder de te embrulhar a vida. E passavam, tantas vezes e, tão rapidamente, ao largo da tua existência.
Felizmente, ao lado, da tua existência. Ou infelizmente, porque sei que quererias assim:  viver de vida embrulhada.
Dias inteiros de transparência, arrancavam-te gritos de dor.
A cada decisão vacilavas no azul de todo e qualquer lugar.
Nenhum contorno esfumado, na paisagem dos teus sítios, dos teus anseios, dos teus receios. Dos teus amores...
Foste procurar lá, então, onde o céu se desfaz de algodão.
Debruçaste-te perigosamente, entre o passado, de memórias gargalhadas, as  lágrimas.E,  o que nunca  deveria acontecer. E,  foi aí,  que decidiste encher os os bolsos de nevoeiro. A alma, de nevoeiro.  O espanto de nevoeiro.
Nunca mais apareceste.
Se dizias que sim, podia ser a sombra de uma negação.Se dizias que não, podia acontecer que o ar se compactasse  de imediato, por cima do teu olhar. E aí...quem poderia adivinhar?
Passarias a caminhar sem pressa e sem destino. Entre os  risos, inaudíveis, das nuvens que te rodeavam,  nesse abraço cerrado.
Achar-te-ias então assim: sempre e, seguramente,  ausente de ti. 


(Chez "George Sand")


Sem comentários:

Enviar um comentário