Prelúdio de um Blues
(com rapsódia de lamentos inserida no meio)
No vão das horas os dias me escapam, mas sigo.
E sigo escapando às horas que me atormentam.
Tendões e fibras e pele seguirão comigo,
porque eu sempre teimo em seguir.
Apenas arrasto o meu corpo moribundo,
Porque ele teima em não me deixar.
E seguirei;
E finarei;
como seguem todas as coisas que ocupam o lugar de outras coisas
e, desse modo, assim usurparei
os passos, espaços e razões
as quais se perde por aí.
Eu sempre perco,
eternamente me perdi
[E engulo o choro ao perder],
Ou, já nem sei chorar.
E mesmo se jaz viver em vão,
Num vão esmorecer
não me exaspero em saber,
tanto se me dá,
eu bebo um blues.
E ouço “Rapsódia em blue” .
Porque a hora não chega antes do minuto derradeiro.
Se derradeiro não era já o verbo antes de chegar.
E afinal tatuarei mais uma palavra sob meu vestido
E expelirei palavras sem sentido
e em largos goles de azul levarei comigo,
em bebedeiras de azul e de castigo
as linhas desse meu silêncio,
há muito amortalhado.******
PS: Clique no nome do post "Prelúdio de um Blues" para ver a origem
da parte do post escrita a verde.
Bem haja Mai, por tantos nos inspirar na poesia.
Lindo este monólogo de "ideias sobreposta"...
ResponderEliminarL.B.
Ah! Joe,
ResponderEliminarVocê conseguiu me abrir o meu melhor sorriso.
Com esse seu diálogo poético extremista.
adorei!
grande abraço e mais um sorriso
JOE ANT.
ResponderEliminarVocê não tem idéia do quanto a sua sensibilidade é contagiante!
Que lindo!
Eu não vou lhe pedir, apenas comunicar que vais estar sempre ao meu lado.
Um grande abraço.