sexta-feira, 28 de março de 2008

"Amo-te" e "desamo-te" !!!

Amor, love, amour

Mais uma vez, veio uma “luz” do blog “ Da planície ”,
com o título acima (inserido em link), que me fez
lembrar um pequeno conto,
que tenho tido arquivado no meus ficheiros “word”,
à espera que alguém me fizesse retirar o mesmo
da poeira do baú.
*****
Aqui vai:

A Sereia das Pernas Tortas

Era uma vez uma mulher que tão depressa era feia
como era bonita, as pessoas diziam-lhe:- Eu amo-te.
E iam com ela para a cama e para a mesa.
Quando era feia, as mesmas pessoas diziam-lhe:- Não gosto de ti.
E atiravam-lhe com caroços de azeitona à cabeça.
A mulher pediu a Deus:- Faz-me bonita ou feia de uma vez por todas
e para sempre. Então Deus fê-la feia.
A mulher chorou muito porque estava sempre a apanhar
com caroços de azeitona e a ouvir coisas feias.
Só os animais gostavam sempre dela, tanto quando era bonita
como quando era feia como agora que era sempre feia.
Mas o amor dos animais não lhe chegava.
Por isso deitou-se a um poço. No poço, estava um peixe que comeu
a mulher de um trago só, sem a mastigar.
Logo a seguir, passou pelo poço o criado do rei, que pescou o peixe.
Na cozinha do palácio, as criadas, ao arranjarem o peixe,
descobriram a mulher dentro do peixe.
Como o peixe comeu a mulher mal a mulher se atirou
e o criado pescou o peixe mal o peixe comeu a mulher e
as criadas abriram o peixe mal o peixe foi pescado pelo criado,
a mulher não morreu e o peixe morreu.
As criadas e o rei eram muito bonitos.
E a mulher ali era tão feia que não era feia.
Por isso, quando as criadas foram chamar o rei
e o rei entrou na cozinha e viu a mulher,
o rei apaixonou-se pela mulher.- Será uma sereia ?
– perguntaram em coro as criadas ao rei.
- Não, não é uma sereia porque tem duas pernas,
muito tortas, uma mais curta do que a outra
– respondeu o rei às criadas.
E o rei convidou a mulher para jantar.
Ao jantar, o rei e a mulher comeram o peixe.
O rei disse à mulher quando as criadas se foram embora:
- Eu amo-te.
Quando o rei disse isto, sorriu à mulher e atirou-lhe com
uma azeitona inteira à cabeça.
A mulher apanhou a azeitona e comeu-a.
Mas, antes de comer a azeitona, a mulher disse ao rei:
- Eu amo-te.
Depois comeu a azeitona. E casaram-se logo a seguir no
tapete de Arraiolos da casa de jantar.

(Adília Lopes)

3 comentários:

  1. Gostei muito do seu conto. Infelizmente no mundo em q vivemos da.se muito importancia a beleza o que eu acho absurdo, porque apesar da beleza ser importante o interior da pessoa é q importa realmente.
    Espero nao ter ficado mal vista com o meu 1º post, porque sou muito mais do que aparento ser :D Se quiser continuar o meu blog fico contente.

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  2. Bia,
    O conto não é meu. Sou um Zé "Nabo" nisso de contos.
    Apenas o transcrevi e inseri como post.
    Também quando o li na primeira vez,
    fiquei com essa impressão de que "beleza exterior não é tudo".
    Por vezes é preciso uma pancada na cabeça, nem que seja com um caroço de azeitona, para se despertar para aquilo que "realmente" devemos apreciar.
    Bem hajas pela tua resposta.
    Continua a ser quem és!! Pois eu "sinto" que não és totalmente aquilo tudo que dizias na tua apresentação.

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  3. Um conto inteligente que faz pensar e que tem um final mesmo ao meu gosto: feliz.
    Cumprimentos e obrigada pelo seu destaque ao meu post.

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