sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Desambiguante ...


Ambiguidades de café …
Ambiguidades tardias
Como pedaços de chuva grossa, num fim de tarde de Verão,
Afastam o estio nauseante, da pele
Fustigada num sonho de Outono, em memórias furtivas…

Caminhantes estranhos de mundos estranhos, ausentes de si
Estranham-se e entranham-se nessa pele…

Ambiguidades de café…

Diáfanas mãos entrançadas… gestos e olhares cruzados numa chávena quente
Que pretende afastar… O Verão?

Esse sol tardio que teima em queimar
Em raios radioactivos de sangue, nas velas dos mortos citadinos de olhar cheio,
De um nada rico e vivo...

Ambiguidades de mãos cheias, de mãos dadas, em ruas transversas…
Ambiguidades seculares
Genetizadas na memória colectiva de um tempo sem paralelo…

– Queres mais um café? Perguntas-me com o ar de quem mais não tem para dizer…
Levanto-me e saio sem responder, para a chuva quente de Verão, e
Banho-me com prazer saudoso…

Ambiguidades nos nossos nomes, anónimos
Ao mundo que nos pariu...
Ambiguidades de sermos alheios e vazios do redor de nós…
Ambíguos…

***
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2 comentários:

  1. "Ambiguidades nos nossos nomes, anónimos
    Ao mundo que nos pariu...
    Ambiguidades de sermos alheios e vazios do redor de nós…
    Ambíguos…"

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  2. Joe Ant.
    Me permita voltar no tempo?
    Que lindo!

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