O que diria São Francisco de Assis da reforma do padre Vítor Melícias? Soltava provavelmente o palavrão que conteve mesmo quando peregrinava descalço por esse tortuoso mundo fora.
Mais de sete mil euros por mês é obra. Obra do Montepio Geral, da Misericórdia de Lisboa, do Serviço Nacional de Bombeiros e de outros organismos que entregaram ao excêntrico franciscano responsabilidades “acima de director-geral”. Teve de penar, portanto.
Mas está satisfeito. Ao Correio da Manhã garantiu que a reforma é aceitável, embora tenha “confessado” que não é rico. Faltou-lhe apenas reconhecer, na minha modesta opinião, que é pobre.
Seja como for, vamos recordar o comentário de um grande amigo de Melícias, à data primeiro-ministro de Portugal, estimado António Guterres. Disse então, enquanto se desatolava do pântano, que os portugueses são invejosos.
Não terá Guterres cuidado das boas razões que diariamente legitimam os pecados deste povo. Quando um padre franciscano ganha 7450 euros de reforma num país com o salário mínimo fixado em pouco mais de 500, esperava o agora Alto Comissário para os Refugiados que o povo fosse o quê? Abnegado?
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