segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Nunca mudarei

(Excepto neste aspecto)

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Nunca mudarei

O mundo é cinzento, eu quero-o azul.
Ele vira-se a mim e desafia-me, audaz.
E eu audaz faço-lhe frente e mostro-lhe que não o temo, e às suas agruras.
Ele recua, teme quem lhe ousa fazer frente, quem lhe oferece resistência.
Recupera da surpresa e contra-ataca.
E eu audaz, sem receios do que já vi e experimentei tantas vezes antes, olho-o nos olhos.
Apenas isso e ele pára. Desvia o olhar e disfarça com uma música que até sabe que eu aprecio.
Mas não vinda dele, que dele é falsa, enganadora.
E eu assumo a liderança, de novo e uma vez mais sou eu quem decide e avanço.
Ele olha-me de soslaio e desvia-se para me dar passagem.
"Por esta", pensa, "até à próxima".
E eu deito-lhe um sorriso de quem sabe que haverá outra e mais outra e tantas mais.
Mas a que nunca voltarei costas.
E ele sabe-o, eu sei-o.
Será sempre, e para sempre, assim, até que um de nós baixe a guarda em definitivo.
Até que ele mude, regresse ao que foram as suas origens, regresse ao que pelo caminho perdeu.
Ou até que a morte nos separe, pois que eu nunca mudarei.

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2 comentários:

  1. Mudar é sinal de maturidade... se se muda para melhor. O aspecto físico,salvo o causado por problemas de saúde pouco importa no meu entendermas cada um tem o direito de pensar e saber como permanecer.

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  2. "Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma."

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