Um conselho para José Sócrates e para o Ministro das Finanças:
Com a crise a grassar da maneira que se vê,
não seria melhor "contratar" este elemento
para "equilibrar" as contas do País?
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O Equilibrador de Pedras
Temporais - No primeiro dia de chuva (19/Nov/2007) e, adivinhando maus tempos que se perfilam, decidi iniciar este blogue.
Um conselho para José Sócrates e para o Ministro das Finanças:
Com a crise a grassar da maneira que se vê,
não seria melhor "contratar" este elemento
para "equilibrar" as contas do País?
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O Equilibrador de Pedras
O avental
Um avental cor–de–rosa ...
Desabafa desta forma maravilhosa:
Fui um avental...
Muito especial...
De uma professora primária...
Mas, hoje sinto-me muito otária
Porque fui abandonado ...
De um jeito mal explicado
Um dia, eu vesti uma linda mestra,
Que lecionava em plena festa
Eu vesti uma professora de crianças ...
Eu fui testemunha de mil esperanças
Naquele tempo, eu era feliz ...
alimentava-me da chuva de giz,
Que caía na minha alma, atrás daquele quadro escuro ...
Agora, estou neste reino tenebroso e obscuro
Eu ensinei a ler ...
Com muito prazer
Mas, agora, sinto-me um inútil ser
É o reino dos aventais...
Onde os segredos mais secretos não ficam calados
As manhãs de Sábado eram as preferidas pelos amantes.
Perfeitas para encontros fortuitos na frente do mundo e nas costas de Deus.
A casa da Santinha estava incrustada na Rua do Comércio, o centro nevrálgico da pequena vila, e as manhãs de Sábado enchiam a calçada de passos e vozes. Correrias de crianças, chamamentos de mães, cumprimentos de ocasião.
Os homens discutiam as últimas notícias do desporto, encostados na ombreira da porta da Tabacaria Moderna e havia magotes de mulheres amontoadas nas mesas da Pastelaria Docemel, a beberricar cafés ao ritmo do último mexerico.
O Dr. Nataniel, o advogado mais proeminente da praça, folheava o Semanário Económico sentado num dos bancos de ferro pintados de verde abeto, que ladeavam a rua para descanso dos passantes. Olhava as notícias sem as ler...As manhãs de Sábado eram as melhores para apreciar o mulherio, pelo rabo do olho. Fixava-se na dança das saias embaladas pelas ancas, fitava os saltos altos qual altar de corpos que imaginava nus e de braços abertos para si. O Dr. Nataniel gostava de sentir o desejo que lhe corroía o corpo todo, a dor aguda que lhe tomava conta das partes intimas e lhe devolvia esperanças vãs de adolescências infames.
A Santinha, entreabria a janela da frente e deixava entrar o buliço da rua. O peito ardia-lhe na antecipação da chegada dele.
Vestiu o robe de chambre de organza rosa velho por cima da pele leitosa, e bebeu o chá, já quase frio, em goles nervosos. Ele raramente se atrasava. Quase 10 horas da manhã, os sons vindos da rua emolduravam a ansiedade da sala. Dois toques. Um, depois o outro, na porta das traseiras da casa. Era ele!
Abriu uma nesga da porta. Apenas o suficiente para o intruso passar. Deixou-se ficar ali atrás da porta, como uma gata no cio, a retorcer-se da ausência dele.
A porta fechou-se. Ele olhou-a, sorriu, e ela entregou-se ali mesmo, sem bons dias, sem mais nada que não fosse a pressa de apagar o incêndio que ameaçava a sua integridade física e que ceifava vidas no interior das pernas.
Na rua do Comércio, a manhã decorria na costumeira cadência de vai vem, e os gemidos que escorriam da janela entreaberta, imiscuíam-se com as vozes dos transeuntes, e coloriam aquela manhã de Setembro de prazenteiros tons solarengos.
O sino na torre da igreja, chamava para a missa das 11, e uma debandada de pardais assustados precipitava-se sobre as acácias da praça.
A Santinha rezava mistérios a duas vozes. Cumpria promessas feitas ao ouvido, pelo chão frio e rijo da casa. Dava graças pelo caudal de vida que lhe varria os sentidos.
Aos poucos, o dia foi escoando sons e passos, deixando no ar apenas a urgência do almoço anunciado em cheiros a comida quente.
O sol de Outono, implacável fazia o casario cair em sombras densas sobre a rua do Comércio, agora abandonada à sua sorte de fim de semana, a solidão.
A sombra silenciou também a casa da Santinha. Lá dentro um manto de suor cobria os dois corpos fartos e quietos.
- Sábado de manhã voltas?
- Sempre minha Santinha.
Na rua ouvia-se agora um passo arrastado, e melancólico. Era o João Francisco, o deficiente que vivia na esquina de baixo com a mãe. Vinha da igreja, onde pedia esmola na saída da missa, e varria com a perna morta os últimos vestígios de gente do meio da rua.
Depois ficou o nada. As casas deitaram-se à sesta, e a Santinha fez juras de manhãs eternas enquanto acenava um adeus saciado.
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As mulheres sabem quando são amadas. Sabem não, sentem! É uma coisa difícil de explicar, só quem partilha do sexo feminino entende. As mulheres sabem quando o homem ao seu lado gosta delas, nos simples gestos de dar a mão sem vergonha, dizer a verdade independentemente dos efeitos que poderá ter, cobrir o parceiro a meio da noite quando este se tiver destapado. E esse sentimento é crucial para saberem quado desistir ou lutar.
As mulheres sabem reconhecer o amor, não só em si, mas também nos outros. É algo que existe, algo real, e apesar do que dizem, o amor não é abstracto. O amor é visível e podemos senti-lo à nossa volta, se estivermos atentos. Mas claro que isso é muito mais fácil quando se é mulher.
As mulheres sentem e vivem ao sabor das emoções, e se calhar é por isso que se vão abaixo tão depressa quando ficam de coração partido, ou que arranjam forças para lutar quando a causa parece perdida. Há uma energia que o sexo feminino compreende na íntegra que lhes garante se arriscar é, ou não, uma boa opção.
Sim... As mulheres sabem amar. Não é por acaso que são as mulheres a dar à luz e não os homens, digo eu. Os homens também amam, claro, mas de formas distintas. Há neles um sentido prático de descomplicar tudo, ao passo que a mulher examina cada detalhe até à exautão, até se sentir satisfeita com as respostas que encontrou.
As mulheres sabem quando o homem ao lado delas é o tal. Sentem-no, tão simples como isso. E é por isso que ás vezes lutam contra a maré para ficar com eles, mesmo quando eles pensam que não querem ficar com elas. Remam, remam, até convecerem toda a gente (e até a parte delas mesmas que já começava a desconfiar) que vale a pena. E normalmente acertam.
Uns chamam-lhe intuição feminina, outros de sexto sentido. Eu digo apenas que é um dom que cada mulher recebe à nascença: o dom de amar perdidamente. E é esse dom que nos protege e guia, mesmo quando tudo o resto não colabora
e a vida sopra na direcção contrária.
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