terça-feira, 20 de novembro de 2012

Canções de Encontro - I



A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida. É preciso encontrar as coisas certas da vida, para que ela tenha o sentido que se deseja. Assim, a escolha de uma profissão também é a arte do encontro, porque a vida só adquire vida, quando a gente empresta a nossa vida, para o resto da vida.

Há canções que nos dizem coisas essenciais à vida e ao coração. O belo Samba da Bênção de Vinicius de Moraes é uma dessas preciosidades. Um de seus tão significativos versos diz: “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”. Encontrarmo-nos de verdade com alguém é muito mais do que compartilhar tempo e espaço, é de fato uma arte que nos faz mais fortes, mais humanos e mais autênticos no decorrer da nossa existência.
Junto com outra pessoa nos deparamos não só com ela, mas conosco; temos oportunidade – se tivermos a coragem e sensibilidade da observação – de dar-nos conta de como somos na relação com o outro, no nosso melhor e no nosso pior. Quem nunca teve essa vivência de estar junto e simplesmente ser o que se é, vendo o outro como ele é também? Num momento fugaz sentimos – e não sabemos explicar racionalmente – que as fronteiras entre o Eu e o Tu se dissipam, que é como se fôssemos um só. Depois isso passa – normalmente num lampejo – e seguimos em nossa individualidade, com a sensação de que fomos tocados na nossa alma...


Divisa

Um encontro de dois: olhos nos olhos, face a face.
E quando estiveres perto, arrancarei teus olhos
E os colocarei no lugar dos meus;
Arrancarei os meus olhos
E os colocarei no lugar dos teus.
Então ver-te-ei com os teus olhos
E tu me verás com os meus.
Assim, até a coisa comum serve ao silêncio
E o nosso encontro permanecerá meta sem cadeias:
Um lugar indeterminado, num tempo indeterminado,
Uma palavra indeterminada para um homem indeterminado,

“a palavra ilimitada para o homem não cerceado”

(J.L.Moreno, criador do Psicodrama)

(Texto completo aqui)

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PS: Sabe bem falar destes “encontros da paixão”, avassaladores, em que “vale tudo, menos tirar olhos”, como é costume dizer-se entre nós “portugueses”

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