Embrulhado de vida...
Felizmente, ao lado, da tua existência. Ou infelizmente, porque sei que quererias assim: viver de vida embrulhada.
Dias inteiros de transparência, arrancavam-te gritos de dor.
A cada decisão vacilavas no azul de todo e qualquer lugar.
Nenhum contorno esfumado, na paisagem dos teus sítios, dos teus anseios, dos teus receios. Dos teus amores...
Foste procurar lá, então, onde o céu se desfaz de algodão.
Debruçaste-te perigosamente, entre o passado, de memórias gargalhadas, as lágrimas.E, o que nunca deveria acontecer. E, foi aí, que decidiste encher os os bolsos de nevoeiro. A alma, de nevoeiro. O espanto de nevoeiro.
Nunca mais apareceste.
Se dizias que sim, podia ser a sombra de uma negação.Se dizias que não, podia acontecer que o ar se compactasse de imediato, por cima do teu olhar. E aí...quem poderia adivinhar?
Passarias a caminhar sem pressa e sem destino. Entre os risos, inaudíveis, das nuvens que te rodeavam, nesse abraço cerrado.
Achar-te-ias então assim: sempre e, seguramente, ausente de ti.
(Chez "George Sand")
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