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(Imagem: Google) |
À espera de um Outono
Há uma fenda aberta neste coração doente
Que o faz definhar como um Sol poente
Vagarosamente, dolorosamente ...
Há pedaços espalhados para todos os lados
Busco constantemente minh' alma em meio aos resquícios
Perdida , abandonada , fria ...
Não há um sonho de amor que
inebria
Esse triste ser , solitário,descrente ,
ferido
São tantos os fardos cruéis que o têm coagido
Que ele perdeu sua essência com o vento a carregar poeira
Talvez não haja mais ser no mundo que ainda o queira
Esse buraco negro que espatifa o âmago
Reverte sonhos em pesadelos
Embrulha o estomago
Ah se houvesse meio de desfazê-lo !
Tantos males , tantas decepções ...
Um coração que pulsava entra em coma outra vez
Onde um inverno sombrio engole os verões
E primaveras que o floriram em um conto de "Era uma vez"
A esperança fraca se encontra lá ...
Quando as primeiras folhas de outono caírem
O coração sequelado esperando ficará
Seus males e traumas partirem .
Junto as folhas secas jazidas no
chão
O amor antigo finado permanecerá e então
Um novo há de surgir para a salvação
De um já tão machucado e amargurado coração.
Se ainda acredito que esse outono é a cura da
alma
Ainda tenho forças para manter a fraca calma
O fim há de chegar sem me derrubar tão bruscamente
E coragem terei para seguir em frente.
Este desfecho que tarda já é tão
evidente ...
Ah, minha estação da cura, devo esperar a tua chegada
Sei que um dia , quando tu partires, haverá outra primavera amada.
Ah coração , talvez não estejas tão mal
quanto pareças.
Uma vez magoado , com essa ferida estás acostumado
Logo, é só permitir que não te esqueças
Que qualquer fardo pode e será superado .
O outono , sim ... O outono virá
ampará-lo !
(Luciana Cascardo - Outº 2010)