Mendigo de mim mesmo.
Queria coser, os meus buracos, rotos, todos,
Os que tinha no meu corpo,
Mas nem toda a linha do mundo foi suficiente,
Desenrolei, desenrolei, perdi o fio à meada,
Forcei-o contra mim, e desatei a coser-me,
Mas foi ‘cose de um lado, descose do outro’
Remendos temporários,
Que não impediam de me esvaziar em dor;
Ai, e como dói ser, imperfeito;
Mal feito;
Nem feito sequer,
Como mói, ver-me ao contrário,
Sem fio para me emendar.
Serei sempre o buraco, roto, sem fundo,
Tal como me conformei ser.
Pedro Azevedo (23/09/07)
Adorei!!!
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